quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Alcedo Maciel - DEVANEIOS – IV

Sou como um náufrago perdido na imensidão do oceano.


Pendurado na abóboda celeste, navego à deriva, sem destino.


No vazio desta tremenda solidão, pergunto às estrelas:


Qual a corrente que me trará de volta para mim ?


Ah!... Porque, sim, ela virá, com certeza.


E, num átimo de segundo,


Me arrebatará para o infinito dos céus.


E lá, acima dos ventos, das chuvas e das nuvens, olharei para mim.


E rirei da mesquinhez dos meus desejos;


Dos tempos do querer; do ter sem possuir.


Meu olhar sereno se derramará sobre ti.


És o que sobrou desta viagem louca pela Terra.


Em teu colo descansará minha cabeça.


Tuas mãos recolherão minhas lágrimas.


E eu serei feliz por mim...

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