sábado, 26 de fevereiro de 2011

O maestro - Antônio Carlos Pereira


Com destreza, o maestro levanta o braço
Esquerdo
Ele é canhoto
Sinistro
Incrível, nunca se vê um maestro assim.
A orquestra fixa o olhar naquele ser solitário,
A batuta ereta na ponta dos dedos.
Num movimento mágico de mão
Um som de violino pulsa;
Uma canção beatleana ecoa no ar,
É triste, mas é uma canção triste
A bailarina é um puro cisne,
Pisa o tablado docemente,
Não sorria, chora um choro contido
Solitária, lembra Eleonor Rigby:
“Todas as pessoas solitárias, de onde elas vêm?
Todas as pessoas solitárias, de onde elas são?”

Um comentário:

Anônimo disse...

Parabéns, Antônio, pela linda poesia: canto em coral e já cantei com Maestro e Orquestra, por isso ao lê-la me vi transportada para aquele momento.
Lílian Manara