sábado, 1 de janeiro de 2011

HOMEM DO CAMPO - Sinval Silveira

Mãos intumescidas pelo estafante trabalho.
À cabeça, procurando proteger-se do sol escaldante,
o chapéu de palha, símbolo da humildade.
As roupas surradas, denunciam a falsa aparência da
                                                             [mendicância.
O deslocamento é longo e o caminho íngreme.
O mato rebenquea seu corpo, impiedosamente.
Os ajudantes de tração, bafejam o ar quente
pelas narinas, misturando-se à neblina,
ainda presente.
O cenário é grotesco, medieval.
A tarefa é penosa, pois dos seus braços
depende a sobrevivência.
Tudo lhe é adverso.
O bravo homem, resistindo às intempéries,
reúne suas forças a dos animais, e não
se curva à derrota.
Servindo-se do sacho, moqueia os canteiros,
embelezando-os.
Um enxame de besouros saúda, carinhosamente,
sob o som frenético de pintassilgos e
a crença no sucesso.
Agora, engravidada pelas férteis sementes,
a terra se rende e os frutos desabrocham.
A admiração pela vitória, prevalece.
Vencem o trabalho honesto e a persistência,
restando, à humanidade, o grande exemplo
do homem do campo!

3 comentários:

Susana disse...

Oi Sinval, uma vez ouvi alguém dizer assim: se o campo não planta a cidade não janta. Essa frase resume a importância dos nossos lavradores que labutam de sol a sol para que as nossas mesas sejam cada vez mais fartas. Belíssimo poema. Abraços.

Anônimo disse...

Obrigada Sinval pelas palavras escritas sobre o homem do campo. Na medida em que eu fui lendo seu texto, imaginei meu querido pai que foi um lavrador, e que saia cedo para trabalhar na roça e voltava somente no fim do dia cansado e suado do trabalho pesado. Sinval meu pai tinha as mãos calejadas e trabalhava de sol a sol para ganhar o sustento da nossa família, mas dentro de suas limitações nunca nos deixou faltar nada. Muitas vezes o percebi cansado, mas nunca escutei ele reclamar do trabalho árduo. Meu pai era um homem de fibra como esse que você descreveu em seu texto. Obrigada, querido amigo e poeta por esta bela homenagem ao homem do campo, fiquei muito feliz e honrada, pois eu sou filha de um deles. Inês Carmelita Lohn

Anônimo disse...

Meu maravilhoso poeta !! Meu ídolo encantador, a cada poesia, a cada conto , a cada verso, consegue levar a todos nós que te amamos tanto , a mais profunda meditação , com certeza , meu querido, temos tanto o que agradescer, temos tanto a homenagiar essa criatura do campo ,divina , a quem devemos nosso sustento, a quem devemos todo nosso maior respeito e carinho. Mais uma vêz quero Parabeniza-lo por tanta sensibilidade, por tanto amor em seu coração. Sinta-se acarinhado e abraçado. Obrigada por fazer parte de nossa vida. Deus o Abenço-e sempre ...meu lindo. vera portella