terça-feira, 28 de abril de 2009

Escadaria - Inês Carmelita Lohn

Escadaria

Nuvem vento e euforia
Na penumbra a boemia
Ruas e becos sem saídas
No contraste da calmaria

Fim de rua escadaria
O perfume sufocante
Embriaga os amantes
Gemidos nos casebres
Ao som da maestria

Gritos tão ofegantes
Longe do mundo distante
Virgens perdendo os véus
Onde quem manda pode
Usa e abusa da lei
E não é acusado de réu

Silêncios são sufocados
Nas gargantas prematuras
Barrigas crescidas sem plano
Manchada a dor oprimida
Sangrando todas as feridas
Feitas das amarguras

Na escadaria da dor
Olhares perdidos sem rumo
Os medos são presos no abismo
Nos sonhos que se perderam ao leu
E no vendaval das torturas
Os gritos dos prazeres noturnos
Vão muito além das escadas
Da embriaguez dos bordeis.

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