Ele estava ali, imóvel de
frente comigo, um ser de tão insignificante existência, seu cabelo mal
penteado, de cor um tanto loiro meio acinzentado mal hidratado, cuja não se via
o mínimo traço de vaidade, o sujeito me irritava, me maltratava por dentro só
com aquele olhar repugnante e insensível, um olhar que penetrava no fundo do
meu consciente e me fazia tremer n´alma, senti por algum tempo o ódio, a
revolta, o desprezo e insignificância que continham naqueles olhos, um
sentimento que não consigo descrever com total precisão, mas um sentimento que
suicida pelos aspectos como era cheio de revolta, ódio e horror.
Os olhos de o maldito
ser era de certa forma atraente, tinham características de quem não dormia há
semanas, a forma com que eram localizados em sua face com inexatidão, como a
forma de expressão como o olhar de um louco insano, encarava-me firmemente nos
olhos, analisando também cada aspecto meu, sinceramente não gostava como ele
prendia o olhar em mim, havia fogo, uma chama ardente do mais puro ódio, dentro
daqueles olhos, não era fogo, eram os minúsculos nervos dos olhos, se
multiplicando aos poucos, dando mais forma diabólica ao ser desfigurado na
minha frente.
Sua boca estava
forçadamente fechada e era só mais um traço demonstrativo de que estava
compartilhando do mesmo ódio que eu. Estava a forçar os dentes odiosamente,
olhar para a boca do maldito era tão desagradável, devido sua disforme forma,
que voltei a encarar-lhe de volta nos olhos. Ainda era o mesmo olhar de revolta
e horror, voltei meus olhos para a largura dos ombros e do tronco, notei uma
forma esquelética e fúnebre em sua anatomia, era alto, meio corcunda, não tinha
se quer nem forma de humano em minha percepção, seu pescoço estava estirado
para frente quase se encostando a mim, meu horror era grande ao contemplar
aquela forma decadente, sem vida.
Não me
segurei mais, meu ódio explodira-se monstruosamente, esmurrei furiosamente com
toda a força de meu punho direito, a odiosa maldita figura a minha frente, só
lembro-me do barulho dos pedaços dos cacos do espelho caindo no chão, um
pequeno corte superficial faz com que as gotículas ensanguentadas surgissem
como lágrimas, caindo. Eu não podia aceitar que aquele ser era eu.