A chuva escorre na vidraça
em lúdicas gotinhas incertas
brilhando, multicores
refletindo a luz com graça,
como alegre escala de uma melodia.
A brisa suave entre as flores
exalando aromas, despede-se do dia
mesclando o cheiro da terra molhada
trazendo seu perfume à janela aberta.
Despontando tímidas, entre a folhagem
delicadas e modestas violetas
junto com lânguidas avencas,
em dueto a cantar ternos amores
às glicínias, em peroladas pencas.
Fim de tarde
recordações de momentos
perdidos no passado
Ou momentos que eu talvez
haja sonhado.
Apenas saudade
- sem a nostalgia
que o crepúsculo provoca
sem tormentos...
Nesta hora,
quando a noite apaga o dia
ouço o tamborilar da chuva insistente
que teima em não ir embora
e o doce aroma das paineiras
vem avisar que já é Outono
e que o Verão se foi recentemente.
Oh! Noite,
não demora tanto
e, como o Tempo
- que é implacável
corre, célere, sem parar
cria, com uma incrível magia,
sonhos, lembrança e fantasia
para manter batendo um coração.
Vem, Noite, com um canto
cumpre, logo,
tua missão!
Nenhum comentário:
Postar um comentário