quinta-feira, 17 de novembro de 2011

CREPÚSCULO - Ivonita Di Concilio


A chuva escorre na vidraça


em lúdicas gotinhas incertas


brilhando, multicores


refletindo a luz com graça,


como alegre escala de uma melodia.


A brisa suave entre as flores


exalando aromas, despede-se do dia


mesclando o cheiro da terra molhada


trazendo seu perfume à janela aberta.


Despontando tímidas, entre a folhagem


delicadas e modestas violetas


junto com lânguidas avencas,


em dueto a cantar ternos amores


às glicínias, em peroladas pencas.






Fim de tarde


recordações de momentos


perdidos no passado


Ou momentos que eu talvez


haja sonhado.


Apenas saudade


- sem a nostalgia


que o crepúsculo provoca


sem tormentos...






Nesta hora,


quando a noite apaga o dia


ouço o tamborilar da chuva insistente


que teima em não ir embora


e o doce aroma das paineiras


vem avisar que já é Outono


e que o Verão se foi recentemente.






Oh! Noite,


não demora tanto


e, como o Tempo


- que é implacável


corre, célere, sem parar


cria, com uma incrível magia,


sonhos, lembrança e fantasia


para manter batendo um coração.


Vem, Noite, com um canto


cumpre, logo,


tua missão!

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