sábado, 6 de agosto de 2011

NA TAÇA DO TEU UMBIGO (Ari Pinheiro)

A sombra de um jasmineiro
Que este ano não floriu
Recordo alguém que partiu
Com beijos açucarados
Quem dera não ter beijado
Aquela boca, aquele rosto
Provado o suco, o néctar, o mosto
E tudo que provei em ti
Hoje eu não estaria aqui
Mateando tanto desgosto...

A vida é fardo pesado
A quem falta parceria
São lentas as horas do dia
Na vida de um solitário
Nem o tempo é solidário
Pois só faz aumentar a dor
E este estranho torpor
Que nos rouba paz e calma
Sulca buracos na alma
De quem sofre por amor...

Nem mesmo as musas celestes
Que habitam a imensidão
Puderam entender a razão
De tão estranha partida
E tentam curar as feridas
Intuindo versos pelos ares
Mas são tristes meus cantares
Que a alegria se fez de viagem
E só florescerá na paisagem
No dia em que tu voltares...


E se não voltares querida
Que tristes os dias meus
Não ver meus olhos nos teus
É a suma soledade
Dor suprema da saudade
De quando andavas comigo
Duro e perpétuo castigo
Para esta alma sem guarida
Que já bebeu gotas de vida

Na taça do teu umbigo!!!

Um comentário:

I .R disse...

Jamais devemos sair da vida de alguem sem dizer nada,a verdade dói más sem dúvida é a melhor opção !o silencio por si só ,já é a morte ! uma poesia que exala sofrimento com um título diferente tudo haver !
Este é um poéta conhecedor de causa ! Parabens