segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

MOTIVOS DE AMAR - Alcides Buss

De todas as coisas, nada
é mais contundente
do que a verdade
de estar você
                    existindo.

Há uma galáxia,
há um sol,
há um planeta
                   - pra você existir.


Lá dentro de você
o coração palpita.
Parece tão pouco,
parece tão rápido,
mas é um laço
dessa imensa conjunção
                                   de forças.

Sem você,
o planeta, o sol, a galáxia
perderiam a razão de ser
e tudo ruiria
no imenso vazio
de não haver consciência,
de não haver os livros,
de não haver a música
                               nos lábios.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Encontrei - Carlos Oliveira


De repente encontrei
A bela mulher do baile
Que a muito eu procurava
Tentei conquistá-la!
Mas se fez de cega e surda
Rebola quando passa
Jogando os cabelos negros
No vento soberano
Judia do meu coração
Fingindo não me conhecer!
Estrelas do firmamento
Diga a ela que a encontrei
E quero lhe fazer feliz!
Como naquela noite
Que dançamos loucamente
E que depois fugiu de mim!
Agora que sei onde ela está
Quero seu coração!
Pra amar eternamente
Na entrega de uma louca paixão.

O maestro - Antônio Carlos Pereira


Com destreza, o maestro levanta o braço
Esquerdo
Ele é canhoto
Sinistro
Incrível, nunca se vê um maestro assim.
A orquestra fixa o olhar naquele ser solitário,
A batuta ereta na ponta dos dedos.
Num movimento mágico de mão
Um som de violino pulsa;
Uma canção beatleana ecoa no ar,
É triste, mas é uma canção triste
A bailarina é um puro cisne,
Pisa o tablado docemente,
Não sorria, chora um choro contido
Solitária, lembra Eleonor Rigby:
“Todas as pessoas solitárias, de onde elas vêm?
Todas as pessoas solitárias, de onde elas são?”

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Lua crescente - Augusto de Abreu


A lua crescente
Sorri para mim
Eu para ela
Passamos as noites
Gargalhando

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Entre o céu... - Rita Padoin


Entre o céu e o mar paira o silêncio
Na linha que quebra a imensidão horizontal
A lúgubre rapta o resto do dia
A noite abocanha o momento

O silêncio rompe a madrugada
Aos sons evocados do amor
As palavras soltas misturam-se
Diversificando os sinônimos apaixonados

A noite despede-se lentamente
O clarão invade o resto da madrugada
Que silenciosamente adormece
No leito da mãe natureza...

domingo, 20 de fevereiro de 2011

UMA LINDA NOITE DE AMOR! - Sinval Silveira

Uma troca de olhar... Um delicado gesto de atenção...
a coincidência das coisas amadas... o nascimento da
confiança e o respeito na colocação das idéias...
Está construída a admiração, fermento indispensável
na sólida união entre dois seres.
O caminho da mútua entrega, parece uma eternidade.
A explosão de desejos, traduz o sentimento reprimido
entre duas almas que, finalmente, se encontram.
E o teatro da vida se compõe, apenas, por personagens,
sem platéia ou ensaios.
A música de fundo se faz presente pelos sorrisos,
gemidos, gritos, promessas e declarações de sentimentos.
Tudo dirigido por um grande maestro: o amor, figura
delicada e regente de uma linguagem sem regras.
As mutações físicas denunciam uma falsa troca dos
personagens, diante da alucinação que toma conta do
espetáculo, agora à beira do delírio.
E o lindo "pôr do sol" se repete, na mesma tarde, por
várias vezes, em diversos horizontes..., tornando a
noite pequena, diante de tanto amor!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

De repente - Vera Portella

Tão de repente tu chegas

eu coração dispara...
Abres os braços, saudades!
Acolhida em teu peito,
mundo para

Nossos lábios quentes se encontram
Tudo escurece... ensurdece.....
E o amor assim se declara...

Nossas carícias nos enlouquecem,
E de repente estamos entrelaçados
E no encantamento desse sentimento,
que nos domina, nos faz delirar...

Vamos juntos ao paraíso encontrar!
Tão de repente acordamos,
Sedados de tanta paixão...
Teu olhar já é de saudade!

Faz tremer meu coração...
E tão de repente, tu vais...
Deixando um ardente e longo beijo de emoção...
Fecho os olhos... êxtase no ar.....
Até o dia, que de repente,
Hás de voltar



quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

BIG BROTHER BRASIL 2011 - Inês Carmelita Lohn


Sendo eu uma amante da literatura e de tudo que é ligado à arte cultura e lazer, com respeito, educação, dentro dos bons costumes. Não posso ficar calada diante de um programa de televisão como “BIG BROTHER BRASIL 2011” apresentado todas as noites na REDE GLOBO. Sei que tem muitas pessoas como eu que gostam de programas construtivos e educativos, que não perdemos o nosso tempo para assistir esses tipos de programas. Mas nos intervalos de outros programas infelizmente temos que engolir goela abaixo reportagens sobre o que vem acontecendo dentro daquela casa, onde imperam intrigas, disputas e indução a sexualidade, onde os moradores não se valorizam e mostram o que mais belo temos na vida. Que é a nossa intimidade, individualidade e integridade pessoal. Aprendi com minha mãe, que o nosso corpo é a morada de nossa alma. Onde esta a alma de pessoas que se sujeitam ficar exposta daquela maneira para que o mundo as conheça daquela forma tão banal. Fico chocada quando vejo pessoas na rua dando suas opiniões, que barbaridade BRASIL, muitas delas nem sabem o que estão dizendo. Infelizmente a mídia fez lavagem nas suas cabecinhas que de alguma forma estão desocupadas talvez por falta de um bom programa no mesmo horário com outros valores e com conteúdos educativos. Em minha opinião a REDE GLOBO DE TELEVISÃO deveria fazer um programa com esse porte de audiência, com pessoas inteligentes que de alguma forma podem contribuir com algo para melhorar a educação do nosso querido país em um todo. Focando outros tipos de valores que estão se perdendo a passos largos.

 Inês Carmelita Lohn, Florianópolis, 09/02/2011

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Nômade... - Rita Padoin

A vida passa e o incompreendido chora
Pelas ruas o andarilho some
Intensamente busca o que perdeu
Sem saber que achou

Nada entenderá sem ser compreendido
Compreendendo se perderá
Nas buscas e buscas
Como nômade pairando nos cantos do mundo...

O incompreendido chora
A inexistência do palpável
Pela terra escorre entre os dedos
Os sonhos perdidos pela lembrança...

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

É a sua vez! - Kelly Lima


Uma família estava ilhada por conta de uma enchente que assolou a região onde moravam. Para se salvarem deveriam fazer uma longa caminhada. O problema era que na família tinha um bebê recém nascido e a pessoa mais velha da família - o avô - já contava com 78 anos. As águas continuavam a subir e se eles não fossem embora na direção da cidade vizinha seriam engolidos pela enchente e todos fatalmente morreriam. Entre as cidades havia uma montanha que teria que ser vencida. A família iniciou a caminhada e combinaram para que ninguém ficasse exausto que o bebê seria carregado por todos os componentes do grupo, em sistema de revezamento.

Depois de várias horas de subida difícil, a pessoa mais velha se sentou no chão e quase em desespero, suplicou:


- Deixem-me para trás. Não vou conseguir. Continuem sozinhos.


- De forma alguma o deixaremos. Você tem de conseguir.


- Não - insistiu. - Deixem-me aqui.


O filho não se deu por vencido. Aproximou-se do pai e, energicamente, disse-lhe:


- Vamos pai. Precisamos do senhor. É a sua vez de carregar o bebê.


O avô se levantou.


- Claro - falou. - É a minha vez. Passem-me o bebê.


O grupo prosseguiu, com o avô carregando a netinha.


Naquele dia, toda a família conseguiu chegar à cidade vizinha e todos foram salvos.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Ode ao soneto - Roberto Rodrigues de Menezes

Muito cedo senti que a poesia
tinha a sua apoteose no soneto.
Eram tempos saudosos em que lia
duas quadras gentis, mais dois tercetos.

Dentre as flores o soneto lembra a rosa,
dentre as joias luzentes o diamante,
as mulheres, a musa mais formosa,
dos perfumes o olor inebriante.

Tu, poeta, que buscas nessa hora,
doce pólen, a mítica ambrosia,
acharás no soneto, sem demora,

a pintura e moldura da magia,
o legado dos clássicos de outrora,
a beleza inconsútil da poesia.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011


Manhã de inverno
a montanha agasalha-se de nuvens

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Recomeço – Pedro Du Bois (inédito)

Sou remanescente, lado avesso

ao desconhecimento. O oposto ao corpo,

luz. A bravura da ovelha, o cão guardando

o rebanho. Recomeço.


 

Habito terras desprezadas e me faço estéril

pensamento. Guardo a palavra.


 

Sou vento impreciso e ágil

sobre a cobertura. Espalho a poeira

e a misturo entre lajes.


 

http://pedrodubois.blogspot.com